quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Paraiso não é Aqui

Puxa que chata essa sensação de domingo a noite, talvez tenha sido isso que Adão e Eva sentiram quando saíram do paraiso.
Talvez tivessem pensado: -Agora vamos ter que trabalhar, suar pelo pão
(ainda não existia a corrupção, contravenções, enfim essas coisas que permitem que se ganhe no mole).

A saída da zona de conforto é no mínimo desconfortável mesmo e muitas vezes amedrontadora. Sair do que conhecemos, mesmo das tristezas e decepções já conhecidas, muitas vezes pode ser assustador só por ser desconhecido. Por isso ficamos e não nos superamos. Mas a sensação que me vem é: pra que? Pra que me superar? Superar a outros? Pra que? Tudo tão efêmero. Vou dizer o que não acho efêmero: o amor. Mas o amor, aprendi ao longo da Bíblia não é um sentimento como Hollywood nos faz supor, mas uma decisão. Decidimos amar quando não fazemos mal ao outro, quando respeitamos seus limites, quando não deixamos o outro com a sensação de ser um erro, inadequado em termos de ser.
Amamos quando apontamos os erros, o fazer de forma errada, não para nos sentirmos melhores, mas por nos preocuparmos com o caminhar do outro em caminhos já percorridos.

Pensando nisso percebi que não tenho me amado.
Tenho deixado que o sucesso e a opinião dos outros interfiram na minha auto-estima.
Hoje, apesar de ter tentado fazer tudo certo, tenho a sensação de que fiz tudo errado, porque ainda não dei certo como o mundo espera.

Afinal, ainda não ganhei nem o meu primeiro milhão, não saí na revista da moda, nem dos 100 mais mais.
Me privei de sensações inebriantes e aventuras que queria ter vivido, sempre priorizei o cálculo, ao invés do risco, fui politicamente correta.
Hoje, a única certeza é de que os meus pais se orgulham de mim.
Mas a sensação de mediocridade é grande quando vejo algumas figuras da sociedade, ou alguns políticos sendo aclamados com alta popularidade em seus discursos empoeirados.
Não sou nada disso. Nada.
Mas meus pais tem orgulho de mim, afinal sou carinhosa, não fumo, não bebo, não uso drogas, não devo, não fiz nada errado pra enriquecer mesmo tendo grandes oportunidades, nunca tirei o lugar ou o marido de ninguém, ou melhor, nada de ninguém, nem oportunidades.

Mas, meus pais se orgulham de mim. Por que será? Nem venci!

Deve ser porque nunca estive na tal zona de conforto, deve ser por isso.

Não tem nada mais desconfortável de que ir contra ao que a maioria das pessoas chama de sucesso, felicidade e prosperidade.

Que delíciaaaa!!!